Cirurgias são sempre um assunto delicado e que desperta o medo de muitas pessoas, mas a realidade pode levar um indivíduo a precisar passar por uma em algum momento de sua vida. Um desses momentos pode ser provocado pelo acometimento de varizes. Mas felizmente, hoje há diferentes meios de se fazer uma cirurgia para lidar com esse problema.
Varizes
Varizes são veias tortuosas e dilatadas, que surgem devido ao adoecimento dos vasos. Diferente do que alguns possam pensar, as varizes das pernas não são apenas um problema de estética. A presença da variz indica uma veia doente, sendo muitas vezes o primeiro sinal de uma insuficiência venosa crônica.
Elas surgem ao longo das pernas, podendo causar dores e inchaço. Sua ocorrência é mais comum em pessoas que precisam se manter em pé por longos períodos. É um quadro que acomete quase 40% da população do Brasil, sendo 30% em homens e 45% nas mulheres.
As veias das pernas possuem válvulas cuja finalidade é impedir o retorno do sangue aos pés pela ação da gravidade. Às vezes, essas válvulas podem não funcionar com eficiência e o sangue empoça nas veias e provoca deformação, inchaço e alterações na sensibilidade da pele.
Quando operar
A cirurgiã vascular Dra. Débora Ortigosa conta: “Tem muita gente que foge da cirurgia por medo de operar. Hoje em dia, nós temos uma possibilidade muito maior de abordagem desses problemas de varizes, que sai um pouco do que foi a cirurgia convencional que sempre foi feita. É uma cirurgia mais segura e com um pós-operatório mais fácil, mais leve”.
Entretanto, mesmo com medo de operar, há casos em que a cirurgia é necessária. A indicação pode ocorrer em 3 casos: estética, ou seja, resolver o problema e prevenir a piora do quadro; funcional, quando as veias estão muito dilatadas e o paciente apresenta sintomas; e em casos de extrema necessidade, que são quando o paciente tem inflamação da veia safena magna na coxa e com progressão para a crossa da safena (região da virilha), correndo risco de embolia pulmonar.
Quando o quadro de varizes não é avançado, os procedimentos mais recentes são uma possibilidade para tratar. “Quando os pacientes nos procuram num estágio não tão grave e essa safena tem um diâmetro de no máximo 1 centímetro, nós podemos fazer esses novos procedimentos. Mas nesses casos, ainda temos que avaliar se esses pacientes são elegíveis”, argumenta a Dra. Débora.
Os procedimentos
Hoje em dia, além do método de operação tradicional, há a possibilidade de fazer cirurgias mais eficientes e menos delicadas, as chamadas cirurgias sem cortes. Entretanto, há casos em que elas não são recomendadas.
A Dra. Débora Ortigosa explica: “Existem casos que não dá pra fugir da cirurgia tradicional. A gente tem que fazer uma avaliação individual de cada paciente, faz os exames, entre eles um ultrassom, onde nós temos as medidas do diâmetro da veia safena. Quando essa safena está muito dilatada, nesses casos os métodos mais novos têm taxas maiores de falha, aí a cirurgia convencional é mais indicada”.
Dentre os métodos de cirurgia sem cortes, estão o da espuma, como explica a Dra. Débora: “A gente faz uma injeção de uma substância, que vai levar ao fechamento da veia, assim não tendo mais o fluxo do sangue e melhorando a dor e diminuindo as varizes”. E também o da fibra laser e radiofrequência: “são feitos por dentro da safena, para fazer um aquecimento e um fechamento da veia para melhorar os sintomas das varizes”.
Dentre esses dois métodos, a cirurgiã vascular Dra. Débora Ortigosa finaliza argumentando sobre uma diferença: “Quando o método da espuma é feito em pacientes jovens, é provável que depois de alguns anos, aconteça uma recanalização de alguns casos. Já com laser e radiofrequência, a taxa de recanalização é muito baixa, por isso em lugares como os Estados Unidos e na Europa, esses métodos são a primeira opção”.
Fonte
Redação | Doutor TV
Redação | Doutor TV