O esforço diário realizado nas atividades, sejam físicas ou mentais, cobram um preço quando o corpo passa do limite. A Síndrome de Burnout pode se tornar um problema real na vida de um indivíduo, atrapalhando o seu dia a dia durante o descanso ou ocupação. De acordo com a ISMA-BR (International Stress Management Association), o Brasil segue em 2º no ranking do número de pessoas acometidas pela Síndrome de Burnout.
A síndrome e suas causas
A Síndrome de Burnout é uma falta de disposição psíquica ocasionada pela exaustão extrema. Por estar relacionada à rotina de trabalho, a comorbidade também é conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional. Só que ela vai além, afetando todas as fases da vida de um indivíduo. A pessoa acometida pela síndrome acaba por sentir-se cansada, tanto física quanto mentalmente.
Com a chegada da Covid-19, que resultou no isolamento social, muitas pessoas perderam o emprego ou passaram a realizar os trabalhos de forma remota, ou seja, via Home Office.
“É um momento atípico em que todos nós estamos vivendo, ocasionando uma mudança na rotina, principalmente para aquelas pessoas que trabalhavam fora de casa”, explica o psiquiatra Dr. Antônio Orlandini.
As pessoas, em sua maioria, eram acostumadas ao vai e vem do dia a dia, seja via transporte público ou na condução do próprio veículo pelas ruas de determinada cidade, porém, encontraram como resposta uma difícil adaptação ao isolamento, por vezes até sofrendo com metas difíceis que exigem um maior grau de entrega profissional.
“Eu vejo muito isso na prática clínica. Profissionais que acabam trabalhando aos finais de semana, deparando-se com um cenário totalmente inabitado. Essa novidade faz com que eles se entreguem cada vez mais e isso traz um problema muito sério”, acrescenta o psiquiatra.
Prevenção
A primeira resposta é determinar um horário para a realização das atividades relacionadas ao trabalho. É importante separar a vida pessoal da profissional.
“As pessoas tinham uma agenda de compromissos, inclusive pós-trabalho como estudos, academia, saída com amigos, e tudo isso vem sendo alterado. Ao permanecer por um tempo maior em casa, elas acabam focando mais nas questões do trabalho. Um recado muito importante que tenho pra dar a todos é: terminou a jornada profissional, desligue o computador e acessórios e cuide da família, da casa e de você”, alerta o Dr. Antônio Orlandini.
Sintomas e tratamento
A prevenção e o tratamento caminham juntos, já que o parâmetro principal é a mudança de rotina. Portanto, para evitar tal distúrbio é preciso organização e consciência de si mesmo.
A probabilidade dos pacientes que sofrem com a Síndrome de Burnout ter uma ansiedade de base é grande, tornando-se mais inseguros e cobrando-se mais do que o normal. Diante desse ciclo, as mesmas passam a não corresponder aos afazeres como anteriormente.
“A pessoa precisa saber que o horário de trabalho é horário de trabalho, focando no mais importante. Um acompanhamento com um psicólogo também é muito importante. Nós abordamos cada paciente de forma individual, no intuito de orientar e direcionar para que o problema não limite os afazeres da sua vida pessoal e do trabalho também”, finaliza o psiquiatra Dr. Antônio Orlandini.
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