Os sonhos e seus possíveis significados e simbologias são um assunto que desperta a curiosidade de inúmeras pessoas no mundo. Entretanto, ao trazer esse assunto para um lado mais científico, várias questões podem ser respondidas e alguns mitos podem ser derrubados.
Fatores de influência dos sonhos
Os acontecimentos e vivências que presenciamos durante o dia a dia são um dos fatores mais comuns de influência nos sonhos. O neurocientista Dr. Igor Duarte comenta: “O sonho tem um pouquinho de cada coisa. Existem restos do que você vivenciou durante o dia, se aquilo tem um impacto emocional, há uma chance boa de você sonhar com aquilo”.
Como não poderia ser diferente, os desejos de uma pessoa também são extremamente influentes em seus sonhos. Não à toa, quando se deseja muito uma coisa, normalmente as pessoas chamam esse desejo de sonho. “Os sonhos também tem uma relação com os nossos desejos, com o que a gente gostaria de ter e de vivenciar. Esse desejo pode ser transformado num sonho pelo cérebro”, argumenta o Dr. Igor.
Coincidências
Sonhar com o tema da morte provoca medos e aflições em quase todas as pessoas. Por esse motivo, muitas delas acabam buscando um sentido nisso e se encontram preocupadas com as possibilidades que esses sonhos podem representar.
O Dr. Igor Duarte explica sobre a possível causa dos sonhos que possuem esse tema: “Quando sonha com a morte? O que pode acontecer é que a pessoa tem um medo e esse medo é transformado numa cena de medo, não especificamente a coisa que ela tem medo, mas sim no cenário de medo. É possível de acontecer, não exatamente daquele jeito. Por exemplo, a pessoa tem preocupação com o ambiente familiar, com o trabalho e o cérebro pode criar uma cena relacionada ao medo que a pessoa tem”.
Encarar os sonhos como premonições não é algo que encontra bases científicas e no fim, o que ocorre são apenas coincidências. “Já aconteceu coincidências. A pessoa sonha com algo e no dia seguinte acontece aquilo e ela pensa que é um aviso ou premonição. E não há nenhum tipo de explicação científica para isso”, explica o neurocientista Dr. Igor Duarte.
Correlação das vivências com os sonhos
O que um indivíduo vivencia no seu dia a dia pode influenciar fortemente nos seus sonhos. Uma comparação entre crianças de mesma faixa etária, mas vivências diferentes, mostrou isso. “Compararam os sonhos das crianças que vivem na Faixa de Gaza com os sonhos das crianças que vivem na Jordânia, que é a alguns quilômetros de distância, e a diferença dos sonhos das crianças que vivem na zona de guerra para as que só vivem alguns quilômetros de distância é enorme”, conta o Dr. Igor.
Nossos ancestrais também tinham seus sonhos baseados em como eram suas vidas, conta o Dr. Igor Duarte: “Nossos ancestrais tinham o desejo por comida, reprodução e o medo de morrer, então era só com isso que se sonhava. Elas sonhavam que tinham relações ou que fugiam de algum predador”.
Recomendações
A pandemia trouxe um cenário diferente para as pessoas com relação aos seus sonhos, explica o Dr. Igor: “Nesse 1 ano e alguns meses de pandemia, as pessoas têm relatado que estão sonhando mais. Muito por conta do medo e por conta delas estarem dormindo mais e acordando com um tempo maior pra ficar em casa. Não precisam acordar e correr pro trabalho”.
A correria do dia a dia pode levar as pessoas a não se lembrarem de seus sonhos, o que muitas vezes leva elas a crerem que não sonham. Entretanto, pode haver uma recomendação simples para quem quer lembrar-se do que sonhou na noite anterior.
“O ideal é que quando se acorda, permaneça um período na cama. Esse período é o suficiente para um neurotransmissor chamado noradrenalina chegar no cérebro e estimular os neurônios da memória, então você consegue trazer aquelas memórias do sonho e se lembrar dele”, complementa o neurocientista Dr. Igor Duarte.
Fonte
Redação | Doutor TV
Redação | Doutor TV