O homem que um dia fez a vasectomia, ainda pode eventualmente querer a constituição de uma família com filhos gerados por ele. A reprodução assistida existe para auxiliar em casos como esse, por isso meios para ter filhos não faltam para quem busca um profissional da área. A vasectomia é um método de esterilização com eficácia superior a 99%, então para as pessoas que podem ter dúvidas quanto à possibilidade de reversão do procedimento, o especialista em reprodução assistida Dr. Alessandro Schuffner esclareceu algumas questões.  

A cirurgia 

A vasectomia é uma cirurgia recomendada para homens que não querem mais gerar filhos. É uma intervenção cirúrgica simples, realizada pelo urologista no consultório médico, com duração em torno de 20 minutos. Na vasectomia, o médico corta no escroto, os canais deferentes que levam os espermatozoides dos testículos até o pênis. Assim, os espermatozoides não são liberados durante a ejaculação, portanto o óvulo não pode ser fecundado, impossibilitando a gravidez.

Mudança de plano

Na casualidade da vida, planos podem mudar e novos desejos podem surgir. O homem que fez a vasectomia porque não queria ter filhos, um dia pode mudar sua mente e passar a ter essa vontade. “Isso está cada dia mais comum. O homem vasectomizado começa um novo relacionamento, geralmente com uma mulher que não tem filhos ou tem mas quer ter um filho com o novo parceiro. Dessa forma, o homem passa a ver a necessidade de ter filhos”, relata o Dr. Alessandro Schuffner. 

A reversão

A depender do caso, a vasectomia pode ser revertida, ligando novamente os canais deferentes. “Seria a reversão da vasectomia, onde tentamos colar os deferentes de novo, para que o espermatozoide saia na ejaculação. Isso é mais indicado em casos em que a vasectomia foi feita em até cinco anos”, explica o Dr. Alessandro. Entretanto, há também de se considerar a idade da mulher. “Se ela tiver mais de 38 anos de idade, ela não teria mais tanto tempo do ponto de vista ovariano para esperar essa vasectomia funcionar”, acrescenta o especialista. 

Outras alternativas

Outro método para o homem vasectomizado ter filhos é a fertilização in vitro, conta o Dr. Alessandro Schuffner: “Na fertilização in vitro, a captação desses espermatozoides é relativamente simples. Com uma punção, o urologista tira o espermatozoide do epidídimo, que é a estrutura onde o espermatozoide sofre a maturação final, ficando acima do testículo. A chance de conseguir fazer esse procedimento é próxima de 100%”.

Para os homens que, antes da vasectomia, congelaram seus espermatozoides, há uma opção com chances muito boas de sucesso. “Isso possibilita a gente fazer uma inseminação intrauterina, que consiste na deposição artificial do sêmen nas vias genitais da mulher”, detalha o Dr. Schuffner. 

Considerações gerais

O Dr. Alessandro chama atenção para a idade do homem, que também é um fator a ser considerado: “Homens com mais de 50 anos têm uma chance maior de ter alguma alteração no espermatozoide, do ponto de vista cromossômico do embrião”.

Diferenciando os métodos de reversão da vasectomia e fertilização in vitro, o doutor esclarece: “A reversão da vasectomia é um processo mais invasivo do que a punção do epidídimo. Entretanto, se a reversão der certo, o casal vai poder tentar engravidar com a relação sexual, na fertilização in vitro não”.

Para concluir, o especialista em reprodução assistida Dr. Alessandro Schuffner fala sobre o papel do médico: “Sempre há um caminho para tentar a reprodução. O casal quer constituir uma nova família, então a gente respeita, entende e age. Seja com cirurgia ou fertilização in vitro, o médico decide qual o melhor caminho, juntamente do casal”.