Quando o assunto é filhos, a preocupação dos pais existe em todo momento. E isso evolui para os dias dentro da sala de aula.
Entre 01 de abril de 2020 e 13 de fevereiro de 2021, foram registrados 736 casos com 46 mortes entre crianças e adolescentes pela Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, uma condição de saúde rara, porém, muito séria, que acomete os pequenos e mais jovens, e também está associada à covid-19. Tais dados foram obtidos junto ao Ministério da Saúde pelo portal G1. Por outro lado, no mesmo mês de fevereiro pelo menos 15 estados definiram suas voltas às aulas.
Num momento de alta dos números da pandemia, o que fazer caso a criança tenha sintomas que apontem para uma possível transmissão pelo coronavírus?
Sintomas da covid-19 em crianças
Não há como ser diferente. Crianças também são suscetíveis à covid-19. Entretanto, geralmente os sintomas são mais brandos em relação aos que vemos em adultos. Pode haver febre, coriza, dor de garganta, diarreia, mas tudo tende a ocorrer em menor proporção. “Enquanto isso, no adulto o risco é maior de evoluir para pneumonia e insuficiência respiratória”, explica a pediatra Dra. Paula Sellan.
Riscos de transmissão
Se não é possível negar o risco de transmissão do coronavírus em crianças, essa transferência do vírus para um adulto é menor.
Por quê?
Quanto menor os sintomas, menor a proporção de transmissão. Ou seja, torna-se mais difícil uma criança que está em sala de aula levar a doença para casa, porém, não é impossível.
“É muito mais comum o adulto transmitir para a criança do que o contrário. O risco de transmissão acontece como se dá em outros vírus”, acrescenta a pediatra.
Ajuda bilateral entre profissionais da educação e pais é imprescindível
O controle para que as crianças não se abracem ou se aproximem nas dependências da escola é um tanto difícil. Contudo, as próprias unidades escolares pararam por 01 ano praticamente. Ou seja, tiveram todo esse tempo para se adequar às medidas de higiene necessárias. Portanto, a ajuda bilateral dos pais para com os professores e vice-versa se torna imprescindível.
Reforçar a higiene, ajudar no distanciamento, atividades lúdicas em relação à transmissão, usar máscara, disponibilizar álcool em gel, saboneteira sempre cheia, papel para enxugar as mãos, estimular a lavagem das mãos antes de se alimentar, tudo isso tende a diminuir os riscos de contaminação. Alguns desses itens como o reforço da higiene e as orientações no distanciamento devem evoluir para os pais que têm maior afetividade sobre seus filhos.
“Na mochila é preciso que o pai ou a mãe da criança inclua mais uma máscara além da que ela usará para ir à escola. Isso faz com que a criança tenha a possibilidade de trocar em sala de aula quando necessário. Na lancheira, inclua alimentos fáceis de manipular sem precisar da ajuda de outras pessoas. Já o material escolar, esse precisa ser higienizado diariamente”, esclarece a Dra. Paula.
Mudanças de estações bruscas trazem doenças tradicionais
Doenças não são substituídas, elas se acumulam. Sendo assim, as medidas de higiene contra o coronavírus valem ouro. Elas tendem a distanciar as crianças de outras doenças respiratórias, como a bronquiolite, tão comum entre os pequenos até 02 anos. Há como citar ainda a Influenza.
As formas como as crianças vão reagir a essas outras doenças também variam muito. Coriza, febre baixa, mas que precisam ser assistidas, já que há a possibilidade da evolução para casos mais graves.
Faixa etária mais acometida por essas doenças respiratórias
Para esses tipos de vírus, quanto menor a criança, mais perigoso é a evolução para algo mais grave, e que precise de internação.
Levar a criança ao médico, tendo o acompanhamento com um pediatra é fundamental. O profissional é aquele que assiste o desenvolvimento da criança, a questão da sua alimentação, como vai o sono.
Entre 01 e 02 dois anos, ela deve ser acompanhada pelo menos de 03 em 03 meses pelo pediatra. A partir dos 05 anos de idade, a cada 06 meses.
Pneumonia é uma gripe que evolui?
Não, a criança, por exemplo, pode ser acometida por uma bactéria. Já no pulmão, essa bactéria pode causar pneumonia.
Vale lembrar que a evolução da pneumonia é diferente dos resfriados. Geralmente com febre mais alta acima de 38,5, cansaço pra respirar, tosse e secreção. O quadro é persistente e vai piorando.
No resfriado comum pode haver febre, mas ela é mais baixa, menor que 38,5. A tendência do quadro é ir melhorando conforme os dias passam.
Asma e pneumonia são doenças diferentes
A asma, que pode ser decorrente de uma pré-disposição genética, é quando a criança tem um chiado no peito. Ou seja, toda vez que pega um vírus, ou entra em contato com um ambiente cheio de poeira, isso abre um gatilho para que haja o chiado. É quando o brônquio fecha e o ar tem dificuldade em passar por ele. Usa-se medicação específica e tratamento adequado para conseguir abrir o brônquio e evitar que a criança canse.
“A asma é uma doença que pode evoluir para a gravidade, levando à insuficiência respiratória. Nesses casos, a criança pode precisar de internação, cuidados intensivos. É preciso diagnosticar cedo, tratar adequadamente para um bom desfecho”, finaliza a pediatra Dra. Paula Sellan.
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