A depressão é um sério transtorno que interfere na vida diária de diversas maneiras, influenciando negativamente na capacidade de trabalhar, dormir, estudar, comer e aproveitar a vida de maneira geral. É causada por uma combinação de fatores biológicos, ambientais e psicológicos, os quais podem ser desencadeados de acordo com o contexto. Em todo o mundo, é estimado que mais de 300 milhões de pessoas sejam acometidas com esse transtorno, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde.
O fator ambiental
Dentre os diversos fatores que podem levar um indivíduo ao transtorno depressivo, um dos principais é o ambiente. Quando se fala de ambiente, refere-se ao contexto no qual a pessoa vive, geralmente influenciando ainda mais no caso de crianças que crescem cercadas de medo, brigas, melancolia e ausência de carinho e afeto.
“Os fatores ambientais são como a criança foi educada, como era o ambiente dentro de casa e como é o ambiente atual como adulto, tudo isso pode desencadear a depressão”, comenta a psicóloga Elisângela Paes Leme.
Acostumar-se à tristeza e melancolia durante a infância é um caminho que pode levar a depressão na vida adulta, Elisângela detalha: “Essas crianças podem desencadear algo familiar com o sofrimento, o que a gente chama de transtorno depressivo com melancolia. Então, não aconteceu nenhum fator na vida adulta, mas ela tem um modo de ver o mundo pessimista, porque dentro dela foi construída uma identificação com o sofrimento”.
Viver em um ambiente cercado de estresse pode contribuir seriamente para desencadear a depressão, principalmente pelos fatores hormonais que são capazes de provocar uma severa mudança tanto física quanto mentalmente. “O estresse desequilibra os hormônios e alguns deles são responsáveis por desencadear uma depressão”, afirma a psicóloga.
Atenção aos sinais
Os sinais que podem indicar o transtorno depressivo precisam ser motivo de atenção de toda família. No caso de crianças, essas indicações costumam vir de maneira diferente dos adultos. “A criança não demonstra o transtorno depressivo com tristeza e melancolia como o adulto. Ela demonstra irritação, transtorno de humor, falta de respeito e raiva. Tem que ter muito cuidado em saber se é uma birra de criança ou um sintoma de transtorno depressivo”, explicou Elisângela Paes Leme.
De acordo com a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. Estar atento aos sinais que podem indicar essa possibilidade é de suma importância. “Em alguns casos é muito visível e em outros é muito sutil. Aquela pessoa alegre que tá sempre brincando com a morte pode estar tendo um transtorno depressivo. E quando as pessoas falam que querem morrer a sério, a gente precisa acreditar”, alerta a psicóloga.
A psicóloga Elisângela Paes Leme completa afirmando sobre a importância de observar o comportamento dos familiares: “é preciso observar, estudar, olhar o comportamento das pessoas que convivem com você e de você mesmo”.
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