O mês de novembro é marcado pela principal campanha de conscientização sobre a saúde masculina, o Novembro Azul. Como principal alerta, especialistas destacam a necessidade de antecipar exames de rastreio para o câncer de próstata em caso específicos, como o de histórico familiar de câncer.
De acordo com o urologista Eduardo Muracca Yoshinaga, do Hospital e Maternidade Sepaco, “a hereditariedade desempenha um papel crucial no surgimento precoce ou tardio do câncer de próstata, o que significa que homens com histórico familiar dessa doença devem iniciar o rastreio a partir dos 40 anos, enquanto a população geral deve fazê-lo a partir dos 45 anos”.
O médico explica que entre os genes identificados que estão relacionados ao câncer de próstata estão o BRCA1 e o BRCA2, também associados ao câncer de mama. Ter parentes de primeiro grau com histórico de câncer, especialmente próstata, mama e ovário, aumenta o risco de desenvolvimento da doença.
Além disso, a população negra também tem risco aumentado, tornando o rastreio vital a partir dos 40 anos.
Para homens mais jovens com histórico familiar de câncer de próstata, é fundamental estar ciente de que a doença pode se manifestar mais precocemente. Portanto, o rastreio regular é essencial para diagnosticar o câncer em seus estágios iniciais, quando o tratamento curativo é mais viável.
“O benefício de fazer exames regulares, como o PSA (Antígeno Prostático Específico), que devem ser feitos, pelo menos, anualmente, é ter o diagnóstico precoce e descobrir o câncer em um estágio em que ainda é possível realizar o tratamento curativo”, explica o urologista do Hospital Sepaco.
O especialista também ressalta a importância do acompanhamento regular com um urologista para realizar os exames de rastreio. Atualmente, testes genéticos para identificar genes relacionados ao câncer de próstata têm se tornado cada vez mais comuns. Essa abordagem pode fornecer informações cruciais para um tratamento personalizado.
“O mais importante é que o paciente saiba que, se ele fizer o rastreio regulamente, ele descobrirá o câncer precocemente e que, portanto, pode ser submetido à um tratamento com potencial curativo. Outra consideração importante é que com novas tecnologias e a expertise dos cirurgiões e radioterapeutas, efeitos indesejados do tratamento, como disfunção erétil e incontinência urinária, acontecem na minoria dos pacientes hoje em dia”, afirma o médico.
Sobre o tratamento, Muracca Yoshinaga enfatizou que pacientes com câncer de próstata em estágio inicial devem ser tratados da mesma forma, independentemente da predisposição genética. Isso pode envolver cirurgia (aberta, videolaparoscópica ou robótica) ou radioterapia. Para pacientes com doença metastática e mutações genéticas específicas, existem medicamentos inovadores, como os chamados inibidores da enzima PARP.
“Esses medicamentos são novos no mercado e são uma esperança para que a medicina desenvolva cada vez mais remédios capazes de individualizar o tratamento e beneficiar a população”, conclui.
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