As situações adversas do dia a dia têm feito com que casais adiem a maternidade. Inclui-se a isso a estabilidade do homem e da mulher que os instiga a focar em outros assuntos como a construção da casa própria, além de empregos estáveis e com bons rendimentos. Sendo assim, a gestação, ora prioritária é colocada em segundo plano.
No caso da mulher, a dupla jornada de trabalho durante o casamento, a dificuldade em encontrar o parceiro ideal enquanto solteira, ou seja, toda essa sobrecarga tem impactado diretamente nas decisões sobre gestação.
Conforme dados do IBGE (2019), o número de mulheres que optou pela maternidade após completar 40 anos aumentou quase 90% em 10 anos (de 1998 a 2018).
Contudo, o relógio biológico feminino continua mantendo seu ciclo normal.
A idade materna pode aumentar os riscos
A maternidade adiada tende a gerar alguns problemas, desde obstétricos até mesmo aqueles diante de uma ocorrência maior de malformações fetais.
Quando é apontado um problema obstétrico associado, há uma chance maior de ocorrer diabetes melito gestacional, ou seja, o aumento da glicemia, além da eminência maior de pressão alta. “Com isso, o risco de doenças maternas sobe e consequentemente os problemas no pré-natal.” explica o médico geneticista Dr. Caio Graco Bruzaca.
No caso das questões genéticas, a idade materna está associada a um fenômeno chamado “não disjunção meiótica”. É durante a maturação dos óvulos que tal acontecimento ocorre. Um indivíduo que normalmente possui 23 cromossomos (metade proveniente do pai e a outra da mãe), no caso da “não disjunção meiótica” o óvulo passa a ter uma divisão desigual, ou seja, pode ocorrer o número de 24 cromossomos. Ao ser fecundado, então incidem as trissomias (três cromossomos).
Trissomias e monossomias: que síndromes estão associadas?
“Podemos citar a trissomia do 21 (síndrome de Down), do 13 (síndrome de Patau) e 18 (síndrome de Edwards). Contudo, ainda há outras trissomias relacionadas a quadros sindrômicos, como a 16 que é a principal causa da perda gestacional de origem cromossômica.” atenta o médico.
Já quando o óvulo tem 22 cromossomos, podem ocorrer as monossomias, em geral fatais. Se há probabilidades de perdas gestacionais precoces, a incidência de nem mesmo ocorrer uma fecundação também é um fato.
Gestação após os 35 anos
O ideal é que o casal busque por um médico geneticista quando há a intenção da gestação da esposa após os 35 anos de idade da mesma.
“Nesse caso, um aconselhamento genético para elucidação das mais diversas dúvidas levantadas quanto à maternidade adiada será fundamental para que em breve o homem e a mulher sejam agraciados com o que eles mais desejam para o futuro, um bebê.” finaliza o Dr. Caio.
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