Por mais que certos alimentos sejam muito bons, nutritivos e recomendados, às vezes simplesmente não é possível se dar bem com eles. O corpo humano possui características individuais que podem se manifestar através de reações a determinados alimentos e uma dessas reações é chamada de intolerância alimentar. É importante não confundir intolerância com alergia, pois há claras diferenças entre as duas.
Intolerância e alergia alimentares
Tudo o que se come é composto de diversos componentes como carboidratos, proteínas, gorduras e vários micronutrientes. A intolerância alimentar ocorre quando o corpo carece de uma determinada enzima que é necessária para processar um nutriente. É uma reação digestiva, pois o corpo é incapaz de digerir aquele nutriente.
Já a alergia é quando alguma proteína do alimento é considerada nociva pelo organismo, resultando numa série de reações como inchaço, coceira, tosse, falta de ar e diarreia. É uma resposta imunológica do corpo, podendo ser até fatal.
“A gente difere a intolerância alimentar de uma alergia porque a alergia é uma resposta imunológica, já a intolerância é uma resposta digestiva. Quando a gente percebe que o paciente tem intolerância alimentar é quando ele traz essa queixa de alguns sinais e sintomas que ele sente quando ingere algum alimento”, explica a nutricionista Daisy Fini.
Sinais e sintomas
Ao ingerir um alimento que causa intolerância alimentar, os sinais e sintomas devem aparecer logo que o corpo começa a digestão. É preciso estar atento a esses sintomas, para no momento da consulta facilitar a identificação do quadro.
A nutricionista Daisy Fini detalha: “na intolerância, geralmente a mucosa intestinal fica inflamada e pode-se sentir dores de cabeça, distensão abdominal, as fezes podem vir amolecidas ou mesmo uma diarreia, esses são sintomas de intolerância”.
Há uma variedade de alimentos que podem causar intolerância, a depender do organismo do indivíduo. Os mais comuns que podem ser citados são leite e derivados, glúten, corantes e banana. O destaque fica para a lactose e o glúten.
“A lactose e o glúten são os dois motivos de intolerância mais característicos na maior parte da população. Pela prescrição farmacêutica, dá pro paciente obter a lactase e ter uma melhora quanto à lactose. E o glúten que é a proteína do trigo dá pra fazer a exclusão. No mercado ainda se vê vários alimentos sem a lactose”, conta Daisy.
Lidando com a intolerância alimentar
A intolerância pode aparecer cedo ou tarde na vida de uma pessoa, ela tanto pode manifestá-la desde criança como depois de atingir a idade adulta. Daisy Fini fala sobre: “ao longo da vida, você pode adquirir ou diminuir um grau de intolerância alimentar. A clínica é muito soberana nesse assunto, aí a gente consegue avaliar por sinais e sintomas se o paciente tem intolerância a algum alimento. Uma exclusão da dieta do paciente pode ser feita, para então ser avaliado novamente dentro de 90 dias”.
A intolerância alimentar não tem cura ou tratamento, então o recomendado é uma revisão e readequação da dieta, retirando por completo o alimento que causa a intolerância. O acompanhamento de um nutricionista é crucial.
“Depois de fazer a exclusão da nossa alimentação desses possíveis alimentos que contribuem para a intolerância, é o momento de olhar para esse paciente como um todo e melhorar o quadro geral. Olhar como tá essa mucosa intestinal, se esse paciente tem alguma disbiose. Pensar se ele está dormindo bem, se está estressado. E aí trabalhando tudo isso, a gente pode falar pro paciente que ele pode fazer uma ‘baguncinha’ às vezes, mas não pode desorganizar tudo de novo”, conclui a nutricionista Daisy Fini.
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