A obesidade tornou- se um dos maiores problemas de saúde global, tendo crescido exponencialmente no século XXI. Com o advento de diversos tipos de comidas nocivas como o fast food, cada vez mais pessoas são acometidas com esse quadro. Em 2019, uma em cada 4 pessoas de 18 ou mais anos de idade no Brasil estava obesa, o equivalente a 41 milhões de pessoas. Já o excesso de peso atingia 60,3% da população de 18 anos ou mais, o que corresponde a 96 milhões de pessoas.
Modalidades da cirurgia bariátrica
A cirurgia bariátrica ou gastroplastia se define como um conjunto de técnicas para redução do estômago, a qual está destinada para pacientes acometidos pela obesidade e que buscam emagrecer e ter um reinício saudável de suas vidas. Geralmente, esse recurso é buscado quando os meios convencionais não funcionam, como dieta e exercícios físicos.
Possuindo mais de um tipo de cirurgia, a gastroplastia busca diferentes formas de alcançar o objetivo final, que é o emagrecimento do paciente. Dentre esses tipos, estão a cirurgia puramente restritiva, que visa restringir o estômago, ou seja, a capacidade do paciente de se alimentar e também a mista, que vai por dois caminhos.
“Há duas modalidades de cirurgia: as puramente restritivas, que hoje a mais feita é a do sleeve, que mexe apenas no estômago, retirando uma parte para reduzir a capacidade alimentar do paciente. A segunda modalidade é a mista, que deixa o estômago com 250-300 ml e com um desvio intestinal, visando a disabsorção intestinal, assim o paciente tem uma alimentação volumosa, mas perde pedo pela disabsorção”, detalha o Dr. Paulo Reis.
Indicações
Os meios de saber se a cirurgia bariátrica é indicada ou não podem passar por dois fatores: o fator IMC e o fator patológico.
O IMC (Índice de Massa Corporal) serve para saber se o indivíduo está com baixo peso, se está no peso ideal, ou se está acima de peso, tendo diferentes graus de classificação. O IMC é calculado com uma fórmula simples, dividindo o peso pela altura ao quadrado. O resultado é o que dirá qual o estado do peso do paciente.
Já o fator patológico refere-se às doenças que acometem o paciente, as quais estão normalmente associadas ao quadro de obesidade. Dependendo delas, pode influenciar na indicação para a cirurgia bariátrica.
O cirurgião bariátrico Dr. Paulo Reis explica: “Se o IMC do paciente for igual ou maior que 35, ele já está enquadrado. Também se tiver várias patologias associadas ao sobrepeso, pode-se indicar a cirurgia. Se o IMC for acima de 40, a indicação é absoluta, independente dele ter alguma doença”.
Cuidados pós-cirurgia
Após o procedimento da cirurgia bariátrica, há cuidados que o paciente precisa estar atento. Com o emagrecimento, podem ocorrer déficits de macronutrientes e micronutrientes no corpo, fazendo-se necessário um acompanhamento com o médico e nutricionista, visando evitar qualquer tipo de problema relacionado a isso.
O Dr. Paulo Reis aconselha: “Se o paciente fez uma cirurgia e perdeu peso, ele precisa tomar um complexo B, vitamina D, um suplemento a base de ferro, proteína, para fazer uma suplementação. O paciente que acompanha direito o pós-operatório com o médico e nutricionista dificilmente vai ter problema”.
Além disso, é importante entender que a cirurgia bariátrica não é uma cura para a obesidade, mas sim um procedimento que visa reiniciar a vida do paciente, dando uma nova chance do mesmo levar agora uma vida regrada, saudável e pautada por hábitos saudáveis.
“A cirurgia bariátrica é um reset na vida do paciente, é uma segunda chance. Ele precisa continuar cuidando do corpo dele, senão não vai adiantar, ele vai engordar de novo”, conclui o cirurgião bariátrico Dr. Paulo Reis.
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