O período de internação de uma criança é difícil para a família e muito complexo para as crianças. Elas são retiradas de suas rotinas e se deparam com uma série de novidades. Acostumadas a extravasar a energia, brincando com amiguinhos e familiares, se vêem em ambientes estranhos, com pessoas desconhecidas que se aproximam para realizar procedimentos que podem ser incômodos. Essa experiência muitas vezes desperta sensações de medo e ansiedade, que são manifestados por meio de choro, irritação e tristeza.
Com o objetivo de mitigar esses efeitos, a equipe de Enfermagem do Hospital e Maternidade Sepaco, localizado em São Paulo e referência no atendimento a casos de alta complexidade, adotou a estratégia de usar brinquedos especialmente projetados para ajudar crianças a compreender e passar de forma mais tranquila por procedimentos médicos durante a estadia hospitalar.
O "Brinquedo Terapêutico" é um método que usa objetos com referências a dispositivos médicos reais que as crianças encontrarão durante a hospitalização, para familiarizar os pequenos pacientes e seus responsáveis sobre os procedimentos, sempre de forma lúdica e educativa.
“A técnica é aplicada em crianças receptivas a esses tipos de atividade, em momentos como quando precisam fazer um exame, ficaram muito tempo acamadas e estão com medo de sair daquele ambiente. É para crianças de todas as idades, de seis a oito meses ou até um ano, desde que a criança esboce alguma interação. Costumamos usar, por exemplo, uma boneca e falar que ela irá passear pelo corredor e observar quantas luzes tem no caminho ou demonstrar com a boneca uma ação que a criança deve repetir”, explica a Supervisora de Enfermagem da UTI Pediátrica do Hospital Sepaco, Elyana Reducino, atuando há mais de 13 anos na área.
A introdução do brinquedo terapêutico é um passo em direção ao objetivo de melhorar continuamente a qualidade do cuidado oferecido às crianças e suas famílias, demonstrando humanização e excelência no atendimento pediátrico.
"A criança não tem o entendimento do que está acontecendo com ela, não tem a capacidade de inibir o medo como nós temos. Os mais novinhos não sabem que aquele exame vai ter início, meio e fim, que é para o bem deles. O brinquedo terapêutico é usado para demonstrar isso. É possível explicar que se puxar o bracinho no exame de sangue, o sangue não vai para o tubinho, que vai ter que fazer novamente, e demonstrar primeiro no brinquedo. Quando a criança sabe o que vai acontecer com ela, a chance de ter uma reação negativa, um choro excessivo, uma reação extrema para um procedimento rotineiro da UTI, é muito menor", conclui Elyana.
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