Ao contrário do que pode parecer, a cirurgia bariátrica em mulheres não impede, nem atrapalha, uma futura gravidez. Na verdade, ela beneficia uma gestação mais saudável. A começar pela fertilidade, que é diminuída pela obesidade e, a partir da perda de peso promovida pela cirurgia, volta a aumentar.
Fato é que a gravidez gerada após uma cirurgia bariátrica é mais saudável e segura para mãe e bebê do que a gestação de uma paciente em situação de obesidade. Mas há uma orientação importante: o intervalo de tempo entre a realização do procedimento e a gravidez deve ser de, no mínimo, um ano – podendo se estender até um ano e meio, dependendo do caso.
Neste período, é esperado que a paciente tenha a perda de peso já estabilizada. Antes disso, o emagrecimento acelerado e a baixa nas vitaminas podem comprometer o desenvolvimento do feto.
Respeitado esse intervalo de tempo, a paciente bariátrica terá todas as condições de vivenciar uma gestação tranquila, com rotinas obstétricas normais. E o único cuidado especial estará relacionado à reposição de ferro, visto que bariatricados, especialmente pela técnica bypass, necessitam repor ferro e vitaminas durante toda vida, e a gestação, por si só, já requer esse plus.
Obesidade crescente em mulheres
A obesidade é considerada uma doença crônica e aumenta em números alarmantes a cada ano, em todo o mundo. No Brasil, é ainda mais crescente entre mulheres. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNE), 62,6% das brasileiras estão obesas ou com excesso de peso, enquanto entre os homens o problema alcança 57,5%. Entre 2003 e 2019, a obesidade feminina passou de 14,5% para 30,2%, enquanto a masculina subiu de 9,6% para 22,8%.
O quadro de obesidade é baseado no Índice de Massa Corporal (IMC), feito a partir relação entre peso e altura (IMC = peso / (altura x altura)). Acima de 25kg/m2 há excesso de peso, Acima de 30 kg/m2, obesidade.
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