Existem pessoas que formam um coágulo de sangue (denominado trombo) dentro das veias. O ser humano possui veias grossas e finas, sendo que nas veias grossas, a tendência é o coágulo passear livremente, enquanto nas outras, devido à parede estreita, a probabilidade é de entupi-las. Nesse cenário é onde origina-se o que é denominado de trombose.
Trombose na gravidez
A trombose na gravidez, apesar de rara, é mais comum em gestantes com 35 anos de idade ou mais e que já tiveram um quadro de trombose numa gravidez anterior, estão grávidas de gêmeos ou que estão acima do peso. O pico de incidência da trombose na gestação pode ocorrer no segundo trimestre da gravidez.
O risco de contrair uma trombose venosa profunda durante a gravidez é de 5 a 6 vezes maior do que em mulheres não gestantes. Além disso, os sinais clínicos de trombose não são totalmente confiáveis e muitas vezes pode ser difícil diferenciar entre tromboflebite superficial e trombose venosa profunda.
“Precisamos lembrar que existem três tipos de trombose: a trombose venosa profunda, que envolve os vasos das veias; existe o tromboembolismo pulmonar onde a trombose ocorre nas veias pulmonares, entupindo-as; e a trombose placentária. Se durante a gravidez ocorre esse risco aumentado para uma trombose, há pessoas que têm o que chamamos de trombofilia, ou seja, elas têm uma alteração genética ou adquirida que vai aumentar esse risco”, explica o médico geneticista Dr. Caio Bruzaca.
Principais complicações
As tromboses placentárias merecem um acréscimo: elas se manifestam devido à pressão alta durante a gravidez. Esse tipo de trombose pode causar a perda gestacional.
“Quando falamos de trombose de veias periféricas, a região fica com edema, inchada e avermelhada. O problema é a trombose evoluir para um tromboembolismo pulmonar e a pessoa vir a óbito por isso. Contudo, quando se fala em trombose na gravidez, o que mais ocorre é a trombose na placenta, resultando inclusive na pré-eclâmpsia grave”, alerta o geneticista.
Infelizmente, a maioria das mulheres só descobre o problema quando é acometida pela trombose. Contudo, existem alguns exames genéticos e não genéticos para identificar pessoas com trombofilia. Assim, terão a indicação do uso de remédio que irá prevenir a doença.
Diagnosticando e tratando a trombose
Os cuidados de prevenção da trombose na gravidez são: o uso de meia-elástica, atividade física, não fumar e diminuir o sedentarismo. Tudo isso previne a trombose de modo geral.
Mesmo que a trombose seja detectada durante a gravidez, é possível tratá-la sem colocar em risco a vida da gestante e do bebê.
“Uma vez verificada uma trombose placentária, que não é muito fácil de identificar, nós precisamos saber em qual fase da gestação a mulher está. Se acontece no terceiro trimestre, a gente sempre busca fazer o controle da pressão arterial e o parto o quanto antes”, exemplifica o geneticista Dr. Caio Bruzaca.
Há mulheres inclusive que têm trombose pós-parto. Portanto, há que se ter cuidado também no puerpério.
Concluindo, mulheres com predisposição a desenvolver trombose precisam ser muito bem acompanhadas com cuidados pré-concepção, durante a gravidez e após o parto.
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