A obesidade é um dos males do século, capaz de desencadear uma série de outros problemas adjacentes para aqueles que possuem esse quadro. Muitas pessoas passam a vida toda em uma briga com a balança, por não conseguirem emagrecer de forma saudável e permanente, entrando no chamado efeito sanfona. De acordo com um estudo do Journal of Clinical Endocrinology e Metabolism, o efeito sanfona aumenta consideravelmente a atividade inflamatória em todo o organismo.
Ganho de peso na infância
Um fato muito importante para estar atento é que a obesidade é um problema que geralmente não começa na vida adulta, mas sim na infância. A nutricionista Maria Graça explica: “você tem as fases de ganho de peso na vida, se uma criança ganha peso na primeira infância e os pais forem obesos, ela tem grande chance de desenvolver obesidade”.
Além disso, quando a obesidade se inicia na infância, a dificuldade de lidar com ela se torna maior, aumentando as chances dela persistir. “Se essa obesidade foi adquirida na infância, ela fica um pouco mais refratária, mais difícil de perder. Então hoje a gente já cuida dos pequenininhos, para que não desenvolvam essa obesidade”.
É muito importante estar atento a isso para evitar que a criança desenvolva obesidade desde cedo, pois isto pode significar uma variedade de problemas de saúde com os quais ela vai ter que lidar no futuro.
Alimentação infantil
Quando se trata de educar a alimentação de uma criança, a atenção deve estar presente desde cedo. “Uma criança que está na introdução alimentar não conhece o sabor dos ultraprocessados, que é todo alimento que vem num pacote ou caixa. Uma criança de até 2 anos come de tudo, come frutas, legumes e verduras. Então a partir do momento que você entra com esses tipos de alimentos ultraprocessados com muito açúcar, muita gordura, altera-se as papilas gustativas da criança”, alerta Marisa Graça.
Quando isso ocorre, é muito difícil reverter esse cenário, pois o fato é que é difícil convencer uma criança a comer alimentos saudáveis uma vez que ela se acostumou a comer as famosas “besteiras”, como explica a nutricionista: “vira uma concorrência desleal, você chega com uma fruta e ela não quer comer. Aí vão 3, 4, 5 anos, e se a criança ganhar peso entre 6 e 8 anos, ela vai ser um adulto que vai viver a vida inteira brigando com a balança”.
Emagrecimento definitivo
Quando as estratégias de emagrecimento erradas são postas em prática, o indivíduo corre o risco de começar um ciclo de perda e ganho de peso do qual ele não consegue se livrar. A nutricionista Marisa Graça conta: “partindo do princípio do emagrecimento definitivo, é como uma bexiga, aumenta e diminui. Ela toma o remédio pra emagrecer e emagrece. Faz atividade física, mas daí para de treinar e volta a ganhar peso de novo. Ou seja, vai brigar a vida inteira com a balança”.
Dietas mirabolantes centradas na restrição alimentar também não são a resposta, de acordo com Marisa: “dieta restritiva ninguém consegue manter. Não existe isso de duas folhas de alface, uma rodela de tomate e um peito de frango. Algumas estratégias que estão na moda como jejum intermitente também não é pra todo mundo, porque se a pessoa não tem uma reserva nutricional, ela não pode entrar numa estratégia dessas”.
A atividade física se mostra como um poderoso aliado quando o assunto é emagrecimento saudável e definitivo. Diversos especialistas recomendam a prática de exercícios físicos regularmente. “Atividade física não tem o que discutir, tem que fazer. Não é possível que entre 6 da manhã e 10 horas da noite, você não consiga. Não existe mais esse tipo de desculpa, nós não nascemos para o sedentarismo”, ratifica Marisa.
A combinação de reeducação alimentar e atividade física é a chave para emagrecer e permanecer no peso ideal. “Se aliar uma reeducação alimentar com atividade física, você consegue manter o peso ideal. O que acontece é que as pessoas fazem uma estratégia errada, perdem peso e perdem muita massa muscular. Ela acha que emagreceu, mas a gordura está lá”, conclui a nutricionista Marisa Graça.
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