Muitas são as pessoas que mostram preocupação em relação a adquirir ao Mal de Alzheimer. Entretanto, a maioria não sabe quais ações podem surtir efeito como prevenção à doença.
Conforme dados da Associação Brasileira de Alzheimer, cerca de 1,2 milhões de brasileiros convivem com a doença.
O sono ainda não mostrou uma relação final sobre essa questão da prevenção ao Mal de Alzheimer, porém, a ciência já sabe que ter uma boa noite de sono é um dos pilares para evitar o surgimento da comorbidade. Ou seja, aquela pessoa que não predispõe de uma noite bem dormida, tende a desenvolver a doença já no início da terceira idade.
O que é uma boa noite de sono?
Há pessoas que relatam ter um bom sono com apenas 04 horas de descanso. E se permanecer na cama por mais tempo, chega a ter dor nas costas, por exemplo.
Contudo, mesmo que a pessoa esteja satisfeita com o período de sono, ela precisa ter no mínimo oito horas devido aos ciclos. O que acontece no nosso organismo durante o sono?
“É o momento em que a pessoa repõe os hormônios. Eu sempre faço uma analogia com um carro no posto de gasolina. Imaginemos que leva cinco minutos para encher o tanque. Ou seja, não dá para preencher todo o espaço com dois minutos e meio. Então, quando a pessoa dorme menos de oito horas, acorda faltando os hormônios necessários para que ela se mantenha alerta, desempenhe bem o papel profissional, estude melhor”, explica o neurocientista Dr. Igor Duarte.
Portanto, dormir menos sempre ocasionará um efeito negativo pelas horas de sono perdidas. A pessoa desempenhará menos seu papel, aprenderá de forma reduzida, produzirá menos no campo profissional, o humor ficará afetado comprometendo os relacionamentos. O impacto é muito grande.
Entendendo a relação do sono ruim com o Mal de Alzheimer
Existem proteínas que são produzidas pelas membranas do neurônio. Durante a noite tais proteínas são desfeitas. À medida que o tempo vai passando, esse ‘desfazer’ passa ser de forma irregular pelo organismo. Tais proteínas ficam depositadas nas próprias membranas dos neurônios, chamadas de placa beta amiloide.
“Um sono reparador, adequado e com oito horas de duração fará a faxina dessas proteínas”, esclarece o neurocientista.
Outro fator para o surgimento do Alzheimer é o chamado ‘Emaranhados Neurofibrilares’. Se tais proteínas têm a capacidade de matar os neurônios, as neurofibrilas (estruturas que ficam dentro dos próprios neurônios) se juntam com as proteínas e esses emaranhados vão se formando. Quanto mais neurônios morrem, outros tantos mais morrerão. Ou seja, vira um ciclo, e bem vicioso e a ciência não consegue bloquear isso.
O que é oferecido nesse momento para as pessoas é uma noite de sono adequada e ter uma vida mais próxima possível do que é considerado saudável. Por outro lado, uma alimentação rica em carboidratos mantém o sistema nervoso inflamado e muita gordura atrapalha a circulação. Todos esses fatores juntos têm um impacto.
“Imaginemos um indivíduo que não dorme bem, é sedentário e tem hábitos considerados não saudáveis. Isso é uma bomba-relógio para desenvolver outras doenças e também o Alzheimer”, alerta o Dr. Igor Duarte.
Alzheimer em crianças e adolescentes
É raríssimo, mas a literatura já aponta alguns jovens e crianças com a doença de Alzheimer. Não se sabe se os mecanismos para o desenvolvimento da doença são os mesmos das pessoas que apresentam a comorbidade na terceira idade, porém, há relatos científicos de jovens e até crianças com o Mal de Alzheimer.
Pode haver um fator genético associado, mas hoje se sabe que a epigenética tem uma influência. Ou seja, a nossa rotina credita sobre a genética. Mesmo que haja uma pré-disposição ao desenvolvimento de determinada doença, o estilo de vida da pessoa suprime isso.
“Por exemplo: a pessoa tem um gene para desenvolver a doença de Alzheimer, mas carrega um estilo de vida adequado. Obviamente que isso será comprimido. A doença aparecerá lá na frente, com noventa anos. Diferentemente da maioria das pessoas onde tem surgido aos sessenta. Ou seja, se ela viver até os noventa, terá trinta anos com Alzheimer e obviamente isso não é bom.”, finaliza o neurocientista.
Fonte
Redação | Doutor TV
Redação | Doutor TV