O mundo vive momentos de muita apreensão devido à COVID-19. O isolamento social trouxe mudanças significativas à vida de todos, as quais podem impor em inúmeras pessoas quadros de ansiedade e depressão. Segundo dados de uma pesquisa do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), os casos de depressão saltaram de 4,2% para 8% desde o início da pandemia no Brasil. Os de ansiedade também subiram: de 8,7% para 14,9%.
Tratamentos alternativos
Quando o tratamento convencional para a depressão não traz resultados, há a possibilidade de tentar outros meios. Originalmente conhecida como um anestésico, a cetamina tem um bom efeito antidepressivo e isso vale também para pessoas que não respondem ao tratamento convencional.
“70% dessas pessoas respondem bem à cetamina. Ela é usada em doses baixas, em que o paciente não chega a ficar inconsciente ou anestesiado. A cetamina atua de forma diferente dos antidepressivos convencionais no cérebro. Provavelmente é por isso que ela tenha esse resultado tão robusto, mesmo para casos refratários ao tratamento convencional”, explica o médico psiquiatra Dr. Ivan Barenboim.
Uma segunda opção, ainda apontando a farmacologia, são os testes farmacogenéticos. Notam-se os genes de uma pessoa, esses relevantes para a metabolização e para os efeitos biológicos dos remédios no cérebro. Cruzam-se, então, os dados da pessoa com outros da farmacologia, conseguindo excluir medicamentos que provavelmente não fariam bem ao indivíduo.
Agora saindo da farmacologia e mirando na psicologia, existe o tratamento de traumas. Muitas vezes a pessoa tem um padrão disfuncional de comportamento e pensamento que deriva de sequelas emocionais. É possível quebrar esse padrão com técnicas adequadas de tratamento de trauma.
Terapias
Na hipnoterapia usa-se a hipnose como forma de ajudar a pessoa a se conectar mais com seu subconsciente, com seu emocional, e com isso desfazer tais padrões disfuncionais relacionados a depressão e ansiedade.
Há também o EMDR (Eye Movement Dessensitization and Reprocessing), onde se mimetiza o sono REM (Rapid Eye Movement), que é a fase do sono onde há o movimento rápido dos olhos, ajudando a processar traumas de maneira não verbal.
Com uma abordagem voltada para a parte biológica, há a neuromodulação, ou neuroestimulação. Existem basicamente duas opções de neuromodulação sabidamente eficazes, que é a estimulação magnética transcraniana (EMT) e a eletroconvulsoterapia.
“Eu diria que a EMT é tolerada. Entretanto, não é tão eficaz, em minha opinião, provavelmente porque é muito difícil de encontrar o método tradicional com o ponto certo de neuroestimulação. Hoje em dia, provavelmente iremos conseguir isso de maneira mais eficaz com a neuronavegação. Que eu saiba, ela ainda não é utilizada aqui no Brasil, mas em breve será”, elucida o médico psiquiatra Dr. Ivan Barenboim.
A busca por opções
Lutar contra a depressão pode ser uma árdua batalha, a qual requer a busca incessante por opções quando um tratamento não traz resultados, assim aconselham os especialistas.
“É muito importante que a pessoa procure essas opções. Depois de duas prescrições convencionais, se o paciente não usa nenhuma outra estratégia, a chance de ele responder não é muito grande. Inclusive os estudos mostram isso. Então, ele deve passar para um próximo nível de tratamento”, conclui o Dr. Ivan.
Fonte
Redação | Doutor TV
Redação | Doutor TV