Por ser uma doença muito nova, a Covid-19 ainda gera diversas dúvidas de modo geral. Algumas pessoas que foram acometidas pelo coronavírus, após deixarem os hospitais, passam a conviver com comorbidades e sequelas desencadeadas pela enfermidade. Uma das possibilidades quanto a essas sequelas é a de alteração na tireoide.
Tipos de disfunções da tireoide
A tireoide produz um hormônio que mexe com o metabolismo do corpo. Quando alterada, ela vai descompensar esse hormônio, para mais (hipertireoidismo) ou para menos (hipotireoidismo).
O oncologista e cirurgião de cabeça e pescoço Dr. Rafael de Cicco detalha: “No hipertireoidismo, o metabolismo aumenta muito, fazendo a pessoa emagrecer, ficar agitada e perder o sono. Já o hipotireoidismo, diminui a produção de hormônios, a pessoa fica mais lenta, caem os cabelos, enfraquece as unhas e aumenta a chance de engordar”.
Quando uma pessoa é acometida pela Covid-19, também pode haver o aumento da glândula tireoide, resultando em diversas alterações no corpo.
Alterações decorrentes da Covid-19
Estudo feito na Itália com pacientes internados em decorrência da Covid-19 mostra diversas pessoas que tiveram a doença, principalmente as formas mais graves, tendo um aumento da glândula tireoide e da produção hormonal.
“O problema gera uma alteração de origem autoimune, onde o corpo enxerga a tireoide como um problema. Sendo assim, são criados anticorpos para atacá-la. Aos poucos ela vai se destruindo, resultando em nódulos e intervenções cirúrgicas. Ainda não temos os efeitos a longo prazo. Provavelmente nos próximos anos teremos muito mais informações e respostas sobre isso”, explica o Dr. Rafael.
Cuidados e tratamentos
A pessoa que já tem problemas na tireoide pode ver um agravamento do quadro em decorrência da Covid-19, assim como quem nunca teve o problema também pode desencadear essa alteração dos hormônios. Para ambos os casos, a princípio se usa os mesmos tratamentos que a medicina oferece e que vão desde a medicação até a cirurgia.
Quem teve Covid-19, principalmente a forma mais grave, é preciso fazer um acompanhamento com médico especialista, realizando exames de sangue para verificar as funções da tireoide, se há anticorpos, fazer um ultrassom de tempos em tempos. Caso essas alterações apareçam, elas precisam ser tratadas.
“Como a alteração de tireoide em decorrência da Covid-19 é algo recente, eu acredito que nos próximos dois anos teremos uma noção do que tudo isso tem causado na vida das pessoas. Com isso haverá novas medicações e tratamentos para encarar melhor essas sequelas que a Covid-19 tem deixado”, finaliza o oncologista e cirurgião de cabeça e pescoço Dr. Rafael de Cicco.
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