O verão, estação mais quente do ano, vem sempre acompanhado de muita chuva, mas também traz dias ensolarados que resultam em baixa humidade do ar.
O disparo no alerta se dá quando a humidade atinge patamares abaixo dos 30%. Essa faixa já está associada a sintomas respiratórios e piora de doenças crônicas.
A desidratação também é um problema frequente, conforme dados do DataSUS, 30% das internações no Estado de São Paulo ocorrem entre os meses de janeiro à março.
Mas a lista não para por aí, outras doenças assolam a vida das pessoas na estação. Especialistas explicam os problemas de saúde mais comuns do verão e como evitá-los.
Doenças respiratórias
Nos dias quentes de verão a humidade do ar tende a baixar a níveis preocupantes. É quando se percebe a piora nas alergias, tosse e coriza. A dificuldade respiratória, além de incomodar, pode resultar em consequências mais graves, caso não seja tratada.
“Aqueles que têm rinite, asma, bronquite crônica e dermatite são os primeiros a perceberem que algo está errado”, explica o pneumologista Dr. João Carlos de Jesus.
Desidratação
Outra situação bastante complexa que acomete o organismo é a desidratação, caracterizada pela redução de água corporal. Geralmente ela ocorre quando há a diminuição no consumo de água.
De acordo com a nutricionista Taynara Crystina A. de Freitas, é preciso estar alerta para seus sintomas. Eles vão desde uma simples sede, passando pela indisposição e perda de peso, até fadiga, tontura e urina amarelo-escuro.
“Quando há o alerta desses sintomas no organismo, de imediato é preciso reverter esse quadro e evitar possíveis complicações ou consequências que isso possa nos trazer”, afirma a nutróloga Dra. Lana Torres.
Insolação
A insolação, provocada pelo calor muito intenso ou alta exposição solar, é um problema grave que pode levar à morte se não tratada.
Náuseas, vômitos, aumento dos batimentos cardíacos e falta de ar são alguns sintomas oriundos da insolação.
Ao identificar alguma pessoa com o problema, deve-se procurar um lugar fresco e à sombra, retirar suas roupas e fazer compressas frias com o objetivo de resfriar o corpo.
“Se a pessoa estiver consciente, deve-se oferecer água fria ou gelada. E em casos mais graves, quando ocorrem os desmaios, o correto é levar a pessoa ao pronto-socorro mais próximo”, explica a dermatologista Dra. Gabriela Issa.
Inchaço
Ao redor dos tecidos e órgãos do corpo há pequenos espaços que podem acumular líquidos devido às altas temperaturas, causando o inchaço.
“Geralmente percebe-se o inchaço nos pés e pernas, mãos e braços, além da barriga. Há ainda a dor e aquela sensação estranha de ganho de peso”, alerta a cirurgiã vascular Dra. Letícia Costa.
O calor intenso também tende a ser um inimigo da circulação sanguínea. Por que isso acontece? É que nos dias quentes de verão as veias dilatam, muitas vezes resultando em incômodos e dores.
Cuidados com as crianças
No verão o sol tende a dar as caras mais cedo ir embora depois do relógio indicar o primeiro horário noturno. Com as férias escolares, as crianças passam a brincar o dia todo, expondo-se em excesso. Isso pode acarretar em desidratação, insolação, queimaduras ou mesmo agravar problemas respiratórios.
“A atenção deve ser redobrada nos dias quentes e ensolarados do verão. Colocar roupas adequadas nas crianças e evitar que elas se exponham entre 10h e 16 horas é imprescindível. Os pais devem se atentar também em relação à pele da criança que é mais fina e pode facilmente queimar com o sol”, explica a pediatra Dra. Roberta Esteves.
Dias quentes e secos, como se prevenir das doenças de verão
Em relação às pioras respiratórias ocasionadas em dias quentes e secos, o importante é tomar de dois a três litros de água por dia. Evite atividades físicas em ambientes externos entre as 10h e 16 horas.
“Tenha cuidado em relação ao uso do ar condicionado, pois ele também resseca o ar. Umidifique os ambientes, dá para fazer isso com recipientes ou tecidos com água, além do próprio umidificador. E deve-se cuidar das doenças crônicas, evitando as crises”, orienta o Dr. João Carlos.
Quanto à desidratação, o correto é aumentar a ingestão de água através da alimentação. “Consuma mais frutas, legumes cozidos e saladas cruas. Prefira a água ao invés de bebidas industrializadas e inclua no dia a dia os chás”, descreve a Dra. Lana Torres.
Há também orientações relacionadas à insolação. O uso de roupas frescas e ingestão de água são de praxe. Além disso, evite exposição ao sol das 10h às 16h.
“Ingerir água sem esperar a sede é uma boa pedida para evitar a insolação. As bebidas alcoólicas podem provocar desidratação, portanto, evite-as”, exemplifica a Dra. Gabriela Issa.
No que se refere aos inchaços, é imprescindível que a pessoa busque por exercícios físicos para estimular o bombeamento do sangue nas pernas.
“Evite dietas baseadas em alimentos industrializados e ricos em gorduras e sal. Movimente-se, coloque as pernas para cima no intuito de contribuir com o retorno venoso e realize drenagem linfática manual”, esclarece a Dra. Letícia Costa.
E quanto ao cuidado com as crianças, o uso de filtro solar a partir dos 06 meses de vida é primordial. Ele deve ser replicado a cada duas horas e espalhado com cuidado pela pele.
“As roupas devem ser adequadas, e quanto mais sombra, mais segura é a exposição ao calor. Crianças jamais devem ser deixadas sozinhas, e ir à piscina somente com a presença dos pais ou responsáveis. Dê água para os pequenos e mantenha uma alimentação regada às frutas, verduras e legumes. E em caso de queimaduras, insolação ou desidratação, leve a criança imediatamente ao hospital”, finaliza a Dra. Roberta Esteves.
Fonte
Redação | Doutor TV
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