A obesidade é encarada como um dos maiores problemas de saúde do mundo. Conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde), estima-se que em 2025 haverá 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo acima do peso, dos quais 700 milhões serão obesos. Há meios convencionais para tratar dessa comorbidade, mas quando eles não funcionam, a cirurgia bariátrica passa a ser indicada. De acordo com dados da SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica), há 4,9 milhões de pessoas no Brasil com indicação para a cirurgia da obesidade.
Benefícios da cirurgia bariátrica
Para a cirurgia bariátrica poder ser feita, o paciente precisa passar por uma avaliação antes do procedimento, a qual irá determinar se ele está nos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde e o Conselho Federal de Medicina. Esses critérios incluem o Índice de Massa Corporal, a idade, as doenças associadas e há quanto tempo o indivíduo convive com a obesidade. Seguindo esse protocolo, diversos benefícios podem ser obtidos com a cirurgia.
De acordo com o cirurgião bariátrico Dr. Paulo Reis, logo de cara o paciente já vai notar uma grande mudança: “Ele passa a poder fazer atividades rotineiras após a cirurgia, as quais antes ele não conseguia fazer devido ao excesso de peso”. Essas atividades seriam corriqueiras para uma pessoa no peso ideal, mas para um obeso, podem ser bastante complicadas. “Amarrar um sapato, passar uma catraca de ônibus, fazer higiene íntima, são algumas delas”, resume o doutor.
Além dos benefícios mais simples, a cirurgia bariátrica contribui para o controle de uma série de doenças que estão associadas à obesidade. “Hipertensão, diabetes, colesterol alto e até mesmo alguns tipos de cânceres têm a obesidade como fator desencadeante”, explica o Dr. Paulo Reis.
Recomendações para cirurgia bariátrica
A cirurgia bariátrica é considerada apenas como último recurso para tratar a obesidade, ou seja, o indivíduo que é obeso não deve tentar a cirurgia antes dos meios convencionais, seja ele maior ou menor de idade. “O paciente que nunca passou pelo nutricionista, nunca teve um acompanhamento médico e não tem uma boa educação alimentar, precisa ser estimulado a passar por essas etapas, porque a cirurgia tem seus riscos e deve ser uma alternativa final”, recomenda o Dr. Reis.
Todavia, para pacientes muito jovens, pode haver uma flexibilização em casos urgentes, segundo o Dr. Paulo: “Se o paciente menor de idade tem um nível de obesidade muito alto, possui alguma síndrome ou distúrbio que não o permite perder peso e está convivendo com sérias doenças associadas à obesidade, ele já está no risco iminente de morte. Aí temos que ter o bom senso e ver que a cirurgia para ele é necessária com urgência”.
O cirurgião bariátrico Dr. Paulo Reis completa alertando para a necessidade de mudar o comportamento após passar pela cirurgia da obesidade: “Se o paciente não mudar seu estilo de vida e ter um acompanhamento nutricional, não há cirurgia no mundo que resolva o problema”.
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