O primeiro impacto após uma biópsia e a descoberta de uma doença grave é muito conflituoso para a mulher, já que o momento reverbera como delicado e difícil. A pessoa fica perdida, não reconhece a direção, encontra-se sem saber o que fazer e sequer entende quais serão as próximas etapas.
Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o Brasil deverá registrar uma média de 625 mil novos casos de câncer para cada ano do triênio 2020/2022.
É imprescindível perceber que, a cada diagnóstico, faz-se necessária uma ajuda imediata, principalmente na hora de iniciar um tratamento. Sendo assim, a consulta que antecede e procede a análise é capaz de trazer inúmeras informações.
A biópsia: último estágio para se constatar uma doença mais grave
Seja através de uma queixa trazida pela mulher ou não, são iniciados exames de rotina, como a mamografia e ultrassom, no intuito de uma análise mais profunda do caso em questão. Em alguns eventos pede-se a ressonância magnética, mas nem sempre é preciso.
Assim que é detectada uma alteração nos exames, o que vai confirmar a razão daquele nódulo, lesão ou calcificação é a biópsia. “Existem algumas maneiras de se guiar essa biópsia, mas geralmente ela é feita por fragmentos. Tira-se um pedacinho da lesão para análise e conclusão definitiva”, explica a mastologista e ginecologista Dra. Danielle Miyamoto.
Tipos de biópsia
Normalmente o câncer maligno é detectado através de uma biópsia por agulha grossa e não por punção (agulha fina) onde são aspiradas algumas células e analisadas de maneira aleatória. Na biópsia por punção não se vê a arquitetura dessas células. Já a feita por agulha grossa, fragmentos maiores são retirados. O médico patologista consegue, então, olhar através de microscópio e dizer exatamente se a análise se trata de uma alteração mais séria, ou seja, um câncer, ou uma lesão benigna que não precisaria de um tratamento mais agressivo.
“Através da biópsia por agulha grossa também é possível fazer testes adicionais como a imunohistoquímica, testes com corantes, até para se entender o subtipo desse tumor. Sendo assim, é possível guiar um tratamento adequado, já que nem sempre é iniciado com uma cirurgia para remoção da alteração,” esclarece a Dra. Danielle.
Próximos passos após a biópsia
A pessoa fez os exames preliminares, passou pela biópsia e, de acordo com o resultado da análise do médico patologista apontando o tipo e subtipo do tumor, consegue-se ter o julgamento da agressividade desse câncer. E mais: de acordo com o tamanho e as características dos achados, tanto dos exames de imagem quanto da anatomia patológica da biópsia, guia-se a pessoa para o tratamento adequado.
O tratamento pode sim ser iniciado diretamente com a cirurgia, dependendo do tumor e suas variáveis. Ou, então, com a quimioterapia. A informação da biópsia é muito importante, pois na maioria das vezes é o que vai guiar os médicos e indicar quais etapas serão seguidas na terapia e a ordem disso.
Problemas de saúde que impeçam a biópsia – Eles existem?
De maneira geral, não há nenhum problema de saúde que impeça um exame de biópsia indicado pelo médico patologista. No caso da mama, por exemplo, ela está num lugar do corpo situado fora da caixa torácica, ou seja, não passa por ali grandes vasos que resultem numa hemorragia. Portanto, não há riscos para esse tipo de análise. A mulher vai até o laboratório e passa pelo exame como se faz uma mamografia, de forma simples, rápida, indo para casa no mesmo dia. A contraindicação é somente para mamas pequenas e a lesão estiver muito próxima dos arcos costais.
Já no caso de uma biópsia de pescoço, o médico precisa de mais destreza. Há vasos sanguíneos imprescindíveis para o bom funcionamento do corpo. Sendo assim, há contraindicações a fazer.
Há idade mínima ou máxima para fazer uma biópsia?
Não, sem contraindicação em relação à idade. A lesão visualizada merece toda investigação necessária para que se chegue a um diagnóstico preciso.
O exame de biópsia é um tipo de procedimento feito de forma simples e a pessoa vai para casa no mesmo dia. Isso também prevalece às pessoas com maior idade.
Vale lembrar que: após detectar o câncer, uma equipe multidisciplinar faz toda a diferença no acolhimento da paciente.
“O momento do diagnóstico é muito delicado. A paciente precisa do apoio das pessoas ao redor e muitas vezes de um profissional, um terapeuta capaz de direcioná-la pelos caminhos do melhor tratamento possível e disponível”, finaliza a mastologista e ginecologista Dra. Danielle Miyamoto.
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