Algumas doenças respiratórias, independente das estações do ano, tendem a prejudicar e comprometer a saúde da garotada.
Dentre os quatro períodos climáticos, o outono e inverno, correspondentes a uma temporada que vai do final de março até meados de setembro, de fato é uma época em que a atenção precisa ser redobrada.
É um período de maior ocorrência dos vírus respiratórios, principalmente pelo fato das crianças estarem em ambiente escolar num contato maior entre os amiguinhos, compartilhando brinquedos, dentre outras atividades participativas.
De acordo com o estudo ISAAC (Internacional Study of Asthmaand Allergies in Childhood) realizado no Brasil, o país está no grupo de nações com as maiores taxas de prevalência de asma e rinite, com uma dominância média de sintomas relacionados à rinite alérgica de 29% entre adolescentes e 25,7% entre crianças.
Portanto, faz-se necessária uma clareza sobre quais são as principais doenças respiratórias em crianças e como as mães devem se atentar para evitá-las.
Doenças respiratórias comuns
Em disparada seguem os resfriados causados por vírus. Os sintomas mais comuns são: febre, coriza e uma tosse inicial um pouco mais seca e depois com secreções.
“O pico onde aparecem os sintomas mais chatinhos é entre o terceiro e o quinto dia. Após esse período a tendência é evoluir para uma melhora. Contudo, uma recuperação completa se dá entre dez e catorze dias”, explica a pediatra Dra. Paula Sellan.
Criança é mais suscetível a doenças virais
Muitas mães reclamam que, pelo fato do filho estar em período escolar, vive doente. Acontece que, mesmo sem ter se recuperado completamente de um tipo de vírus, a criança acaba pegando outro. É que a velocidade de contaminação nesses ambientes pode ser alta.
Em geral, funciona da seguinte forma: quanto menor é a criança, mais suscetível ela está a esses tipos de vírus. O fato é que o seu sistema imunológico ainda está em formação.
Um bebê que ainda está recebendo aleitamento materno e não passou pelo processo de tomar todas as vacinas, realmente é uma criança extremamente suscetível às infecções respiratórias.
“Temos que ficar de olho em crianças até dois anos, pois elas ainda estão construindo seu sistema imune. A primeira manifestação é a de febre, ou a criança vai se portar daquela forma caidinha, sem querer se alimentar direito. Mas um sintoma em que a mãe precisa ficar alerta é se o filho está com dificuldade para respirar. É preciso procurar um médico”, exemplifica a pediatra.
Cuidados essenciais
As gripes e resfriados são causados por vírus ou bactérias. Não é o vento ou o sorvete que irão ocasionar tais doenças.
Agora, se a criança lavou o cabelo e saiu ao vento, não necessariamente isso vai ocasionar uma gripe, porém, tende a piorar o sintoma de uma alergia. Portanto, não é bom expor o pequeno, já que ele ficará com o nariz entupido, poderá espirrar e a mãe achar que a criança está resfriada.
Há diversas questões que pairam sobre as ocorrências dessas doenças como, por exemplo, se uma gripe mal cuidada pode virar uma pneumonia, e essa evoluir para uma tuberculose.
“São doenças distintas. Contudo, se a criança está resfriada, seu sistema imunológico segue tentando reagir. Caso ela seja bombardeada por uma bactéria, tende a ficar mais suscetível a infecções. Esse novo contágio pode evoluir para uma pneumonia secundária”, esclarece a Dra. Paula Sellan.
Quanto à tuberculosa, não só os adultos, mas as crianças podem ser acometidas pela doença. Entretanto, há a vacina BCG que protege contra as formas mais graves, já que essa doença é bem prevalente no Brasil. Contudo, não é tão comum como as gripes e resfriados.
Evitando a pneumonia
A vacina é a primeira forma de prevenção mais grave. Portanto, sempre é bom deixá-las em dia. O calendário vacinal brasileiro inclui a que protege contra dez tipos de pneumonia.
Além disso, há a vacina da gripe, liberada para crianças a partir dos 06 meses de idade. O importante é tomar todos os anos.
Para tanto, levar a criança ao pediatra é fundamental. E obedecer às suas recomendações é essencial.
“A primeira coisa que posiciono na consulta é sobre a carteirinha de vacinação. Temos que checar, pois, uma vacina pode ter passado batida”, alerta a Dra. Paula.
Outras formas de prevenção
A base para uma boa saúde é a alimentação. Toda criança precisa comer bem. E também se atentar ao sono. É preciso que os pequenos tenham uma noite de sono adequada para que reestabeleçam seus sistemas imunológicos.
Crianças até os três meses de vida dormem, em média, catorze horas. De seis meses a um ano, esse horário reduz para doze horas de sono. Uma criança maiorzinha, entre um ano e três, dorme em média onze horas por noite, caindo para dez.
“Quanto a comer bem, isso não significa quantidade, e sim qualidade. A partir dos seis medes de vida da criança, que é quando se faz a introdução alimentar, é possível dar frutas, legumes e verduras, além das proteínas. Até os dois anos de vida se evita os doces, comidas gordurosas, frituras e refrigerantes. A partir dessa idade, se vai consumir esse tipo de alimento, é com moderação”, pondera a pediatra.
É essencial ensinar a criança desde cedo a treinar seu paladar para que ela coma uma variedade grande de frutas, legumes e verduras, já que as principais vitaminas vêm desses alimentos.
Criança que come e dorme bem, está com a vacina em dia e vai à consulta com um pediatra provavelmente terá uma boa saúde.
Fonte
Redação | Doutor TV
Redação | Doutor TV